A potiguar recebeu menção honrosa e ganhou uma bolsa de estudos em Nova York, nos Estados Unidos, após apresentar seu projeto de inseticida natural que combate a praga da mosca-branca em um evento internacional, em junho.
A proposta da estudante era desenvolver um produto que não causasse danos ao meio ambiente e fosse mais barato do que os inseticidas convencionais. A ideia deu certo e resultou em um inseticida feito com base nos extratos de alho e pimenta, além de emulsificante. A aplicação é feita com um litro de produto diluído em 400 litros de água, pulverizado sobre a folha das plantas.

Junto com o companheiro e a professora de química da Escola Estadual Severiano Melo, Maira Cíntia Lucena Melo, Alicia começou a desenvolver seu projeto no início de 2022.
"O produto se chama Bioallium. Utilizamos esse nome pois sua principal composição é o alho. Ele elimina a mosca branca, o ovo, a ninfa que é o estágio inicial, e o inseto adulto. As principais formas de combater é pelo contato direto, pela ingestão do produto pelo inseto e o desalojamento do inseto pelo forte cheiro gerado pela pimenta", explica.
Ainda de acordo com ela, o produto não deixa resíduo. "A aplicação pode ser feita durante o período da manhã e da tarde. O resultado pode ser visto de forma imediata. O controle chega a ser de 96% dos insetos adultos e 92% das ninfas e ovos", diz.

Feira internacional
Com o produto desenvolvido, a estudante participou de feiras científicas nacionais e também se inscreveu na Genius Olympiad, que aconteceu entre os dias 12 a 16 de junho, em Rochester, Nova York, com mais de 500 projetos de todo o mundo. O projeto científico de Alícia levou a estudante do interior potiguar à sua primeira viagem de avião.
"Apresentei o projeto em inglês para quatro avaliadores, que nos deram a menção honrosa e uma bolsa para estudar no Instituto Técnico de Rochester, em Nova York. Os avaliadores deram dicas para melhorar a ideia, sem falar no intercâmbio que foi maravilhoso. Inclusive dividi meu quarto com uma estudante da China. Pediram para a gente fazer novas aplicações e estudar uma forma de construir um indústria, até mesmo para exportar o nosso produto para outros países", relatou.
Alícia conta que tem objetivo de aproveitar a bolsa e está trabalhando junto com o marido para que isso aconteça. O casal tem um filho de 1 ano e 4 meses.
De acordo com a estudante, a bolsa dá direito a quatro anos de estudos no Instituto Tecnológico de Rochester, com início em março de 2024. A instituição tem 21 cursos, praticamente todos disponíveis para a estudante. Ela revela que ainda não decidiu qual curso pretende fazer.

"A gente tem buscado parcerias para poder patentear o projeto e começar a comercializar no futuro. Foi meu primeiro projeto científico, até agora ainda tenho dúvida de que isso é de fato real, mas estou buscando ao máximo parceiros que possam me ajudar a crescer. Já penso inclusive em abrir uma empresa e construir uma fábrica para dar início a produção em massa", conta.
"Isso serve para motivar outras pessoas, outros professores a orientarem projetos de ciências e fazerem com que esses alunos desempenhem um papel essencial na sociedade, na sua localidade, como é o caso de Alícia. A gente acredita que ela servirá de exemplo para outros alunos", afirmou Vicente.
*Do G1 RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário